sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Sounds of the 80s

Acaba de ser lançado o melhor álbum do ano, quiçá da década. E, por increça que parível, não tem nenhuma música nova - só sucessos dos anos 80. Imagine só: um álbum duplo, com 37 faixas, cada uma com um grande nome da nova música pop britânica interpretando um sucesso consagrado dos anos 80. É o Sounds of the 80s produzido pela BBC Radio 2.

Falando assim não parece grande coisa. Mas já imaginou ouvir Smalltown Boy, o grande sucesso do Jimmy Somerville, na voz da Dido? Ou o fabuloso Sam Smith interpretando How Will I Know, sucesso consagrado da Whitney Houston. E a Rumer interpretando Arthur's Theme (The Best That You Can Do), sucesso do Christopher Cross que marcou a década.

Cada faixa é superada pela próxima. Lembram de Walk Like An Egyptian das The Bangles? Aqui é interpretado pela Caro Emerald - de arrepiar! Tem o Shane Filan (ex-Westlife) interpretando True Colors (originalmente da Cyndi Lauper), Lisa Stansfield cantando You're The Best Thing (originalmente do Style Council), a Kylie Minogue cantando Bette Davis Eyes (da Kim Carnes) e o Will Young cantando Teardrops (Whenever I hear goodbyes, remind me baby of you... I break down and cry...). E tem mais, muito mais...

Pois é, when you get caught between the moon and New York City, the best that you can do is fall in love...

Para degustar:


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Aniversário

Hoje é meu aniversário e a primeira coisa que fiz assim que acordei foi pegar uma calculadora para checar quantos anos estou completando. Sério! É claro que eu tinha uma ideia, mas não sabia o número exato. Acho ótimo não ligar nem um pouco para a idade (mas talvez se eu não tivesse essa carinha de 18 e este corpinho de 22 e meio eu estivesse me preocupando, sei lá).

Nada me daria mais alegria neste dia do que poder passar alguns momentos descontraídos com meus amigos, abraçar e ser abraçado. Então reservei o Sirocco Sky Bar pra gente hoje - sentir a brisa fresca de Bangkok do alto do 63º andar vai deixar todo mundo inspirado. É só falar meu nome na porta que a recepcionista o acompanha. Te vejo lá depois das nove?


sábado, 8 de novembro de 2014

Interestelar


Há dois anos eu gostei muito de Inception e até vi duas vezes e ainda comprei o blu-ray para assistir quando tivesse vontade. Inception tem um visual arrebatador e uma história tortuosa de sonho dentro do sonho dentro do sonho, um divertimento assumidamente delirante mas que entretém.

Mas alguém precisa checar urgente a validade do quê o Christopher Nolan anda fumando ultimamente. Interestelar segue a mesma linha de filmes-cabeças do diretor, mas parece ter exagerado um pouco na dose de liberdade lisérgica e o resultado final ficou mais próximo de um samba do crioulo doido do que de qualquer outra coisa. Mais ou menos como se tivessem jogado no liquidificador algumas sobras de Gravidade e de 2001: Uma Odisseia no Espaço e misturado com cenas de filmes B de fim da vida no planeta Terra. Jogaram por cima alguns tratados de física quântica e de ciência espacial e uma dose forte de filosofia de botequim sobre o futuro da humanidade e dos entes queridos. Bateram forte e para servir usaram, no lugar da cereja, participações luxuosas de Anne Hathaway, Matt Damon, John Lithgow, Michael Caine, Casey Affleck, Ellen Burstyn e Topher Grace, comandados por Matthew McConaughey e Jessica Chastain.

Com quase três horas de duração, a segunda metade de Interestelar é quase torturante.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

BBC Radio 1 Live Lounge 2014

Um álbum que eu aguardo ansiosamente todo ano é a seleção do programa BBC Radio 1 Live Lounge, que reúne versões exclusivas das melhores músicas do ano gravadas especialmente para o programa além de versões cover super inspiradas gravadas por famosos. Desta vez o álbum reúne nada menos do que 39 faixas para fechar o ano com chave de ouro. Adorei a interpretação do Ed Sheeran para Stay With Me (originalmente do Sam Smith). Aliás, o Sam Smith também está no álbum, mas interpretando Berlin, originalmente do RY X.

O troca-troca de famosos interpretando sucessos de outros é o melhor do programa e do álbum. Como não amar o Maroon 5 dando este toque tão especial para Happy do William Pharrell?

Maroon 5 - Happy:

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Alto astral


E aí, gostou da estreia de Alto Astral? Dá para resumir em duas palavras: Carlo Porto. Mineiro, 33 anos, solteiro. Carlo interpreta o sedutor dr. Tavares, e é um dos motivos para não se perder nenhum capítulo da novela.

Finados


Aproveitando o clima de dia de finados, aproveitei para rever Contracorrente ontem, um dos filmes mais lindos que já vi sobre morte, amor, despedida e auto-aceitação. O filme entrou recentemente no catálogo do Netflix, então quem é assinante pode acessar e assistir ou rever quantas vezes tiver vontade a qualquer momento.

Eu, que já tinha me emocionado durante o dia nos momentos que dediquei para relembrar os meus mortos, fiquei novamente com os olhos marejados como da primeira vez em que vi o filme.

domingo, 2 de novembro de 2014

Vivendo o sonho de Brokeback Mountain


Se você achava que a história linda e emocionante dos cowboys de Brokeback Mountain estava restrita ao mundo da ficção, então você precisa conhecer o Dan e o Miki, um casal australiano que sempre gostou de roça e que toca a própria fazenda no estado de North Queensland. A ideia de criar galinhas no meio do nada não é tão estranha quando se está ao lado da companhia certa.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Pai nosso

O caldo entornou ontem em Império com a descoberta por Enrico (Joaquim Lopes) que o pai é gay. Você viu?

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Until we could



O poeta americano Richard Blanco (eu já havia falado dele aqui) compôs este poema lindo em comemoração aos dez anos da chegada do casamento igualitário aos Estados Unidos. Muito bom poder começar a primavera sendo tocado por um texto tão intenso e tão cheio de significado, que ganhou este vídeo lindo aí em cima.


Richard Blanco

Until We Could,’ 2014

I knew it then, in that room where we found
for the first time our eyes, and everything—
even the din and smoke of the city around us—
disappeared, leaving us alone as if we stood
the last two in the world left capable of love,
or as if two mirrors face-to-face with no end
to the light our eyes could bend into infinity.
I knew since I knew you—but we couldn’t...

I caught the sunlight pining through the shears,
traveling millions of dark miles simply to graze
your skin as I did that first dawn I studied you
sleeping beside me: Yes, I counted your eyelashes,
read your dreams like butterflies flitting underneath
your eyelids, ready to flutter into the room. Yes,
I praised you like a majestic creature my god forgot
to create, till that morning of you suddenly tamed
in my arms, first for me to see, name you mine.
Yes to the rise and fall of your body breathing,
your every exhale a breath I took in as my own
wanting to keep even the air between us as one.
Yes to all of you. Yes I knew, but still we couldn’t...

I taught you how to dance Salsa by looking
into my Caribbean eyes, you learned to speak
in my tongue, while teaching me how to catch
a snowflake in my palms and love the grey
clouds of your grey hometown. Our years began
collecting in glossy photos time-lining our lives
across shelves and walls glancing back at us:
Us embracing in some sunset, more captivated
by each other than the sky brushed plum and rose.
Us claiming some mountain that didn’t matter
as much our climbing it, together. Us leaning
against columns of ruins as ancient as our love
was new, or leaning into our dreams at a table
flickering candlelight in our full-mooned eyes.
I knew me as much as us, and yet we couldn’t....


Though I forgave your blue eyes turning green
each time you lied, but kept believing you, though
we learned to say good morning after long nights
of silence in the same bed, though every door slam
taught me to hold on by letting us go, and saying
you’re right became as true as saying I’m right,
till there was nothing a long walk couldn’t resolve:
holding hands and hope under the street lights
lustering like a string of pearls guiding us home,
or a stroll along the beach with our dog, the sea
washed out by our smiles, our laughter roaring
louder than the waves, though we understood
our love was the same as our parents, though
we dared to tell them so, and they understood.

Though we knew, we couldn’t—no one could.

When the fiery kick lines and fires were set for us
by our founding mother-fathers at Stonewall,
we first spoke defiance. When we paraded glitter,
leather, and rainbows made human, our word
became pride down every city street, saying:
Just let us be. But that wasn’t enough. Parades
became rallies—bold words on signs and mouths
until a man claimed freedom as another word
for marriage and he said: Let us in, we said: love
is love, proclaimed it into all eyes that would
listen at every door that would open, until noes
and maybes turned into yeses, town by town,
city by city, state by state, understanding us
and the woman who dared say enough until
the gravel struck into law what we always knew:

Love is the right to say: I do and I do and I do...

and I do want us to see every tulip we’ve planted
come up spring after spring, a hundred more years
of dinners cooked over a shared glass of wine, and
a thousand more movies in bed. I do until our eyes
become voices speaking without speaking, until
like a cloud meshed into a cloud, there’s no more
you, me—our names useless. I do want you to be
the last face I see—your breath my last breath,

I do, I do and will and will for those who still can’t
vow it yet, but know love’s exact reason as much
as they know how a sail keeps the wind without
breaking, or how roots dig a way into the earth,
or how the stars open their eyes to the night, or
how a vine becomes one with the wall it loves, or
how, when I hold you, you are rain in my hands.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Barbra Streisand - Partners

Não é o primeiro disco de duetos que a Barbra Streisand faz, e seis das músicas deste álbum já apareceram em trabalhos anteriores, algumas interpretadas com parcerias diferentes (como What Kind Of Fool que ficou famosa na parceria original com Barry Gibb e aqui rendeu um dueto tocante com John Legend). Mas isso não tira o brilho do lançamento.

People vai pegar muita gente de surpresa - a parceria com Stevie Wonder resultou lindíssima e carrega a mensagem que permeia o álbum de colaborações ("people who need people are the luckiest people in the world"). O dueto póstumo com Elvis Presley em Love Me Tender certamente vai arrancar alguns suspiros. E a parceria com Babyface em Evergreen resultou ainda melhor do que eu estava esperando - e olha que a expectativa era alta. O encontro com Billy Joel em New York State of Mind também é uma grata surpresa.



quarta-feira, 10 de setembro de 2014

E viveram felizes para sempre...


O carioca Henrique Mollica se casou legalmente com Giulio Durini di Monza há cerca de um mês. Giulio Durini é da família real italiana e detém os títulos de príncipe, marquês, barão e conde - que agora compartilha com o maridão brasileiro.

Se você ainda não encontrou seu príncipe encantado, não desanime. Mas tome muito cuidado com as bruxas e as maçãs envenenadas pelo caminho.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Telefone esperto


E a Apple apresentou hoje o aguardado iPhone 6. Em duas palavras: não impressionou.

Adoro os produtos da Apple, acho o iPod uma das melhores invenções do mundo, o meu smartphone é um iPhone, mas...

Depois dos últimos lançamentos em dispositivos móveis da Samsung, Sony, e LG na Feira de Berlim na semana passada, a gente percebe a falta que faz Steve Jobs. A Apple, que revolucionou o mundo dos smartphones com o iPhone em 2007 e determinou a cara que todo celular teria dali para a frente, foi atropelada e hoje está dois ou três anos atrás da concorrência.

O iPhone 6 tem melhor câmera, melhor processador, e melhor tela que os iPhones anteriores, mas estas melhorias são naturais e esperadas em todo lançamento. A maior novidade do novo iPhone é o tamanho grande (com telas de 4,7 e 5,5 polegadas) mas a concorrência já faz telas destes tamanhos há alguns anos, tendo inclusivo sido alvo de piadas por parte da Apple que achava que as telas grandes não teriam aceitação do público. Tiveram que baixar a cabeça e copiar a concorrência.

Quantidade de megapixels não é sinônimo de qualidade, mas é sinônimo de tamanho - o que é extremamente importante em câmeras de smartphones que, via de regra, não têm muito zoom óptico pela própria limitação do espaço. A Apple anuncia com estardalhaço que a câmera do iPhone 6 passou para 8 megapixels - ora, a Sony já está em 20,5 megapixels, o Samsung K zoom tem 20 Mpixels e o Galaxy S5 tem 16 MP.

Apple Pay? Talvez pegue, talvez não, mas para os brasileiros não vai ter nenhuma grande utilidade nos próximos dois anos - quando você já estará pensando em trocar de telefone de novo.

Apple Watch? Ficou completamente apagado perto do Samsung Gear, que já está no mercado desde o ano passado e portanto já passou por grandes melhorias. O modelo da Samsung lançado na semana passada (o Gear S), por exemplo, já é a segunda geração e funciona com chip próprio e não depende do telefone - você pode sair de casa só com ele, sem o telefone, e receber e fazer chamadas.

E, por fim, a Apple está pouco ligando para o Brasil. Ninguém sabe quando o iPhone 6 chegará por aqui. Já o presidente da Samsung anunciou que o Brasil é prioridade para a empresa e o Galaxy Note 4 anunciado na semana passada estará à venda no Brasil em outubro - o Brasil integra o primeiro lote mundial de vendas. Ah, e a Siri da Apple ainda não fala ou entende português. Já a S Voice do Samsung entende perfeitamente recados de voz como "ligar para Marcela no celular", "programar despertador para as 6 horas da manhã", "abrir facebook", ou "ligar para 9966-8485" (falar com o telefone nunca é muito normal, mas quando se está dirigindo é, literalmente, uma mão na roda!).

Quem tem contato com a funcionalidade multitarefa em tela dividida da linha Samsung Galaxy Note ou com a luminosidade das telas Amoled fica se questionando: por que a Apple não faz assim?

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Vivian Boyack e Alice Dubes


Já lhe aconteceu de estar lendo as notícias do jornal despretensiosamente, e de repente deparar com algo que lhe reforça a crença no amor e na cumplicidade que duas pessoas podem desenvolver no decorrer de uma vida conjunta? E, assim de repente, no meio de uma tarde ensolarada, ficar com os olhos marejados...

Aconteceu comigo agora lendo esta história linda destas duas mulheres que resolveram se casar depois de mais de 70 anos juntas.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Espelho, espelho meu

Depois de dezenas de ensaios mostrando as princesas Disney nas mais variadas situações, chegou a hora de se matar a curiosidade sobre as varinhas de condão dos príncipes dos contos de fadas. E antes de me corrigir dizendo que príncipe não tem varinha de condão, dê uma olhada nas ilustrações feitas pelo pessoal do estúdio Jezebel.

O ensaio focou exatamente na concepção de como seria o pinto dos personagens mais gatinhos dos contos Disney. Ficar imaginando como deve ser o pinto de alguém... quem nunca?

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Ben e Daniel

Se você já estava com saudades de compartilhar a felicidade estampada no rosto de noivos apaixonados dividindo a alegria com parentes e amigos em um dia especial então você vai adorar este vídeo do casamento do Ben e do Daniel. Quem poderia imaginar que uma cerimônia no meio da Natureza e das montanhas resultaria tão bonita? E como não chorar no discurso da mãe do noivo?

sábado, 9 de agosto de 2014

Pai

Foi numa quarta-feira, há algumas semanas. Era um dia de sol, passava das 10 da manhã e eu estava regando as plantas da varanda. Aproximei-me do ficus já pressentindo o cheiro gostoso de terra que costuma subir das raízes, quando meus olhos cruzaram por um breve instante com a foto sobre a estante. E, assim de repente e sem nenhum aviso, me veio a inexorável realização de que meu pai não vai voltar nunca mais.

Fiquei por um instante imóvel. Senti as pernas falharem. Fui me abaixando lentamente e me sentei no tapete num canto da sala. Senti o peso de uma viga de cimento na cabeça e uma dor lancinante no coração.

Meu pai falecera em dezembro, na semana do Natal. Foram dias de providências, viagem, pouco sono, muita adrenalina. A inquietude do sobressalto é seguida de uma tristeza profunda que provoca uma sensação de serenidade e calma quase reconfortantes. Apoiei-me no consolo de que meu pai teve uma vida longa e plena, e uma morte digna. Mas nada me preparara para a saudade que vem com o tempo e que chega sem sobreaviso.

Eu ainda trago na carteira o cartão de agendamento das consultas médicas, às quais íamos sempre juntos. E quando passo em frente da casa eu muitas vezes me pego olhando sem pensar para o banco do jardim esperando vê-lo sentado observando o movimento da rua. A dor da perda vai se tornando em saudade boa, mas alguns dias ainda são mais difíceis que outros.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Pai na roda

Em tempo para o dia dos pais, o Põe na Roda lançou ontem esta versão super bacana de pais falando sobre filhos gays. O mais interessante é que todo mundo já viu mães falando de seus filhos, e muita gente cresce com a ideia de que as mães aceitam com mais facilidade que os pais. Ver pais falando de seus filhos é muito mais raro. E emocionante.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Lea T - amor em gênero, número e grau

Você já leu a linda declaração de amor que o Xico Sá, um macho de carteirinha, fez hoje para a Lea T? Corre lá que vale a pena ler.

(Para quem não conseguir acessar a página original da Folha, o texto segue na íntegra no primeiro comentário desta postagem).

domingo, 27 de julho de 2014

Legalize


E como não amar o lutador americano Kyle Kingsbury que, ao se despir para a pesagem oficial, revelou na cueca a mensagem LEGALIZE GAY ("Legalizem o casamento gay")?

Pão de ló

As estreias recentes de O Rebu e Império, com ótima repercussão, vieram comprovar que o gênero da telenovela não está com os dias contados como muita gente pensava. E que não são necessárias pirotecnias e nem muitas inovações para garantir a sua continuidade. Produção caprichada, elenco afiado, ótima direção e, sobretudo, uma boa história, dão conta de garantir o sucesso.

As trilhas sonoras das duas novelas recém-chegadas também chamaram a atenção com antigos sucessos já consagrados. As redes sociais estavam borbulhando com a descoberta de Everything I Own, antigo sucesso do Bread, pelos jovens de hoje. A música, originalmente lançada em 1972 (há quarenta e dois anos!) é realmente linda e embalou muitos namoros no passado.


O Bread foi uma das grandes bandas do início dos anos 1970, quando praticamente cada álbum lançado produzia pelo menos um primeiro lugar nas paradas por vários meses. Diferentemente dos Bee Gees, que pegaram o bonde do movimento disco e garantiram sobrevida principalmente após a trilha de Os Embalos de Sábado à Noite (1977), o Bread permaneceu fiel à linha de baladas românticas, ou soft rock, com presença garantida nas listas das rádios light FM, praticamente desaparecendo a partir do final dos anos 1970.

A garotada de hoje, que ainda não foi devidamente apresentada ao Bread, deve vibrar ainda mais quando começar a pesquisar a obra da banda e descobrir outros grandes sucessos como Baby I'm-a-want You, Diary, Aubrey, The Guitar Man, Sweet Surrender, Make It With You ou If.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Império

Você também já viu a cena linda que vai apresentar os personagens gays de José Mayer e Klebber Toledo na novela Império, e que deve ir ao ar amanhã (quinta-feira)? Vou tentar programar o vídeo para começar na cena (de qualquer forma, é só pular para o minuto 15). E logo em seguida vem a cena que apresenta o outro personagem gay, feito por Paulo Betti, um blogueiro social venenoso de trejeitos clodovílescos. Promete.

Always, Then & Now

Jay Brannan (falei dele aqui há dois anos) pertence àquela categoria de cantores talentosos abertamente gays que compõem canções sobre o amor por outro homem e sobre o dia a dia de quem é gay e está em paz consigo mesmo. Esta semana ele lançou Always, Then & Now, que tem melodias inspiradoras com as quais é possível se identificar logo na primeira audição, como a gostosinha Square One onde ele lamenta os namoros superficiais de hoje, quando todo mundo parece estar mais preocupado em se exibir e ostentar. Jay Brannan é para casar.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

MH17


Eu fico imensamente impressionado com grandes desastres aéreos. Passo dias lendo tudo que sai na imprensa, visualizando os rostos, tentando entender esta interrupção abrupta de tantas vidas em uma fração de segundos.

Este desastre recente com o vôo da Malásia Airlines tem ainda o componente cruel de o avião ter sido abatido. Não consigo encontrar palavras para expressar o horror que sinto. Deixo aqui uma foto do casal Cláudio Manoel Villaça Vanetta e Glenn Thomas. Cláudio é brasileiro e havia ficado em Genebra, onde moram, enquanto Glenn embarcou no vôo MH17. Glenn era jornalista da Organização Mundial de Saúde e estava a caminho da Austrália para cobrir a Conferência Internacional sobre AIDS. Eles estavam casados há onze anos.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

O Rebu


Desde o final do ano passado que eu estava aguardando ansiosamente a estreia de O Rebu. Com a exibição dos dois primeiros capítulos acho que já posso dizer que valeu muito a espera. Está sendo uma delícia ver aquela festa de arromba (como se dizia nos anos 1970) que vai durar a novela toda. Os personagens são um arraso - não há ninguém fofo ou sonso - só cobras criadas esperando para ver quem dá o maior bote.

Houve uma inversão de sexos nos personagens principais da trama em relação à novela original exibida em 1974. A dona da mansão, Ângela Mahler (Patrícia Pilar) e sua enteada Duda (Sophie Charlotte) eram, na novela original, Conrad Mahler (Ziembinski) e seu protegido Cauê (Buza Ferraz). E eu, pessoalmente, acho que a trama homossexual entre o magnata e seu pupilo seria muito mais interessante se a tivessem mantido entre dois homens - principalmente nos dias de hoje, quando se é permitido ousar mais. Mas Patrícia Pillar e Sophie Charlotte estão absolutamente perfeitas, não dá nem para reclamar.

Ontem, quarta-feira, foi dia do futebol e não houve exibição da novela. Já sofri uma leve crise de abstinência. O Rebu vai viciar rude!

sábado, 12 de julho de 2014

Na piscina


A notícia que vai sacudir de leve o mundo dos esportes amanhã é a entrevista de Ian Thorpe revelando que é gay. O australiano, hoje com 31 anos, ganhou onze medalhas de ouro em mundiais e já foi considerado um dos maiores nadadores de todos os tempos no começo da década passada. A revelação vai ao ar amanhã em uma entrevista concedida a um canal australiano.

O nadador deve informar na entrevista que esconder sua homossexualidade lhe causou grandes prejuízos psicológicos, inclusive depressão. A sexualidade de Ian Thorpe sempre foi alvo de fofocas, inclusive em 2009 pela sua "grande amizade" com o nadador brasileiro Daniel Mendes


sexta-feira, 11 de julho de 2014

#249


Michael Sam é capa da edição de agosto da revista OUT, que anuncia o 249 como o número que mudou o esporte dos Estados Unidos para sempre. Para quem não se lembra, Michael Sam é atualmente o único jogador gay assumido da primeira divisão de futebol nos Estados Unidos e foi o 249º convocado para a Liga Nacional, quando tascou um beijo no namorado na frente das câmeras.

E, por falar em Estados Unidos, a situação por lá em termos de reconhecimento para os gays nunca teve uma perspectiva tão promissora quanto neste momento. Quase todos os estados que ainda não reconhecem a igualdade no casamento estão enfrentando batalhas judiciais aguerridas que visam derrubar por terra a proibição ao casamento gay. Nunca houve um momento tão favorável, com tanto suporte da população, e com tantas vitórias sucessivas no campo jurídico. Não deve demorar muito para a Suprema Corte acabar com as diferenças de direitos que variam de estado para estado e finalmente equalizar a instituição para todo o país, como fez com o casamento inter-racial há algumas décadas.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Amém

Para quem não conhece o pastor Caio Fábio, sugiro uma passada d'olhos rápida nesta página da Wikipedia. Polêmica é o que não falta. Mas a visão dele sobre a relação das religiões (especialmente as evangélicas) com a homossexualidade é clara como água, lógica como dois e dois são quatro, e tão óbvia que mais parece um desenho. 

sábado, 28 de junho de 2014

#ImaginaNaCopa

Depois desse jogo contra o Chile, todo brasileiro que assiste aos jogos e gosta de torcer deve estar em ponto de ter uma embolia cerebral. Mas, verdade seja dita: o Brasil pode até não ganhar a Copa, mas o senso de humor do brasileiro nunca teve um momento tão efervescente. 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Ed Sheeran


Ed Sheeran foi abençoado com talento criativo de sobra e uma voz celestial para servir de veículo para suas criações normalmente embaladas pelo acompanhamento do inseparável violão. É um descanso muito bem-vindo para ouvidos maltratados por malabarismos sonoros de auto-tunes e sintetizadores eletrônicos. Aos 23 anos este inglesinho de Suffolk está lançando oficialmente na próxima segunda-feira seu segundo álbum de estúdio, chamado X (em inglês é para ser lido como multiply, do sinal de multiplicação, e não como a letra x). Seu disco anterior tem o nome de + (em inglês lê-se plus).

X chega num momento em que Ed Sheeran começa a expandir a fama para o outro lado do Atlântico e ficar conhecido também nos Estados Unidos, principalmente depois de abrir a trilha sonora de A Culpa é das Estrelas com a ótima All Of The Stars, composta especialmente para o filme.

Na edição Deluxe X inclui 16 faixas, abrindo com a deliciosa One.

Videópatas

A internet tem provado ser o veículo por excelência para o humor, e o melhor exemplo aqui no Brasil é seguramente o Porta dos Fundos. A ideia do canal para veicular esquetes curtos e mais apimentados do que a televisão aberta permite tem se espalhado pelo mundo, e o correspondente espanhol é o Videópatas. O número abaixo, publicado há mais de um ano, é um dos meus favoritos, e nem é preciso saber espanhol para entender exatamente o quê está acontecendo.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Menino do interior

Smalltown Boy foi lançada em junho de 1984, há exatos 30 anos. A música, que descreve um rapaz gay tímido sozinho na estação de trem deixando a cidade e a família para trás para escapar do preconceito e da violência, acabou virando uma espécie de hino gay. A interpretação pungente de Jimmy Somerville, que na época tinha apenas 22 anos, ajudou a identificação de muitos jovens gays com o personagem da canção.

No mês passado Jimmy Somerville regravou a música em comemoração ao aniversário de três décadas. E imaginem só! Smalltown Boy continua atual e resultou lindíssima nesta regravação que já está à venda no iTunes.


sábado, 14 de junho de 2014

Orgulho

Quando a Westboro Baptist Church de Washington chamou a polícia para conter um beijaço organizado por um grupo de gays hoje pela manhã, jamais poderia imaginar que o primeiro ato do primeiro policial a chegar ao local seria caminhar em direção ao namorado, que estava no protesto, cumprimentá-lo com um beijo e ajudá-lo a erguer a bandeira do arco-íris.


quarta-feira, 4 de junho de 2014

Gay and proud

É realmente formidável o que está acontecendo nos Estados Unidos, em que praticamente todos os dias há dezenas de notícias de avanços da comunidade LGBT. As diferenças nos horizontes do país são enormes mesmo se considerando o curto espaço de alguns meses. Hoje foi a vez deste vídeo emocionante em que o diretor de uma escola de ensino médio surpreendeu a todos os alunos, no meio do discurso das festividades que celebravam exatamente a diversidade e apoio à comunidade GLBT, ao anunciar que era gay. A emoção é tão grande, o momento é tão difícil, que a tensão que ele vivencia é quase palpável.
A notícia pegou todo mundo de surpresa e o apoio e solidariedade que ele recebeu foram impressionantes. (Se tiver dificuldade de ver o filme na janela acima, acesse aqui).

terça-feira, 3 de junho de 2014

domingo, 1 de junho de 2014

Os homens são de marte... e é para lá que eu vou

Os Homens São de Marte... e é para Lá que Eu Vou é divertido e ágil e vem comprovar mais uma vez que o Brasil deixou para trás a fase do filme-favela para produzir ótimas comédias urbanas (O Divã, Minha Mãe é uma Peça e S.O.S. Mulheres ao Mar são só alguns dos exemplos recentes de comédias muito acima da média que arrastaram multidões aos cinemas).

Fernanda (Mônica Martelli), a personagem central, lembra muito a Carrie Bradshaw de Sex & The City. Uma mulher moderna, liberada e independente, mas completamente imatura emocionalmente e que, embora se julgue muito avançada, ainda pensa exatamente como nossas bisavós que foram criadas para somente ser felizes quando encontrarem um homem a quem possam se dedicar para o resto de suas vidas. Mônica Martelli é muito boa se se sente completamente segura dentro da personagem que idealizou e que já vinha representando nos palcos há quase uma década.

Enquanto Fernanda fica batendo a cabeça para lá e para cá comprovando cada vez mais que "mulheres querem casamento/homens querem se divertir", quem quase rouba o filme é o Paulo Gustavo fazendo mais uma vez (e muitíssimo bem!) o papel dele mesmo - o amigo gay hiperativo de língua ferina e tiradas cheias de humor. Muito boa diversão.



sábado, 31 de maio de 2014

Os Whittingtons

A incrível história de uma família que descobriu que a filhinha de cinco anos era transgênero e possibilitou que ela fizesse a transição de gênero nesta idade. Os Whittingtons resolveram fazer um vídeo para contar sua história, e em menos de uma semana já contam com mais de um milhão de acessos. Família iluminada.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Praia sem futuro


A celeuma sobre pessoas que abandonaram as salas de exibição de Praia do Futuro supostamente pelas cenas tórridas de sexo entre Wagner Moura e o alemão Clemens Schick, para mim deveriam ser melhor investigadas. Desconfio que o abandono se deva simplesmente ao fato de o filme ser mesmo muito chato.

Li algumas críticas muito boas de Praia do Futuro - em especial esta publicada no Portal Forum que consegue o feito de ser melhor que o próprio filme. O diretor, talvez no afã de evitar o didatismo, acaba contando pouco demais. Em clima modorrento e cinzento o filme descreve a história de um brasileiro que vai para a Alemanha atrás de um rabo de calça e acaba ficando, largando para trás família, emprego e tudo mais. Até aí é não tem nada de diferente da história de muitas outras pessoas que eu conheço pessoalmente. Não é possível concluir pelo filme se Donato (Wagner Moura) era infeliz aqui, se sofria preconceitos, se precisava fugir para se descobrir e viver livremente - isso são apenas conclusões dos muitos críticos e analistas do filme. Entre os dois protagonistas há pouca demonstração de amor, poucos beijos, pouco carinho, e algum sexo que, ao contrário do que a repercussão fez muita gente acreditar, não mostra nada que possa assustar algum adulto desavisado. Na sessão das dez da noite o campeonato de bocejos da plateia competia por atenção com a cena na tela.

domingo, 25 de maio de 2014

O tiro que saiu pela culatra

Deu tudo errado. O tiro saiu pela culatra ou, para usar uma gíria futebolística, foi um gol contra. Num país onde o governo se encontra dividido em 39 ministérios loteados entre dezenas de partidos políticos tão diferentes entre si como xixi e vinho, com cargos importantes ocupados não por técnicos competentes mas por políticos fisiologistas, as decisões não andam. O país está travado, e qualquer grande obra pública custa hoje vinte vezes o preço inicialmente previsto (para alimentar a cadeia de corrupção política envolvida) e leva dez vezes o prazo estimado.

A reação popular de descrédito em relação à Copa do Mundo e à Olimpíada que tem deixado muita gente estupefata tem uma explicação simples: estamos na era da Internet e das redes sociais. Pela primeira vez a população não precisa ouvir a versão sanitizada da notícia no Jornal Nacional para tomar uma decisão. Hoje a informação viaja na velocidade da luz e os governantes e os políticos não conseguem contê-la ou administrá-la, por mais que tentem.

Acho hipócrita as recomendações para que tratemos bem os turistas. O brasileiro de bem sempre foi cordial com visitantes, isso é da nossa natureza. Também ando muito cansado dessa visão terceiromundista de que na hora todo mundo veste a chuteira e o milagre verde e amarelo acontece. Prefiro enxergar uma pátria de mangas arregaçadas construindo um novo país do que uma pátria de chuteiras que não tem para onde voltar depois de terminada a partida. E embora esperando sinceramente que nenhuma tragédia ocorra durante estes eventos, desejo ardentemente que deles surja uma lição tão forte que seja capaz de alterar positivamente nossas perspectivas - mesmo que esta lição venha através da imensa e inevitável vergonha de não conseguirmos realizá-los. 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Sam Smith - In The Lonely Hour

Sam Smith completou 22 aninhos de idade na última segunda-feira e quem ganha o presente somos nós. Na próxima segunda, dia 26, chega oficialmente às lojas o álbum In The Lonely Hour com 15 faixas na edição iTunes DeLuxe.

Sam Smith, que vem lá do interior da Inglaterra, da região perto de Cambridge, tem uma voz que evoca a genialidade do registro vocal de Antony Hegarty ou James Blake.

Enquanto muito marmanjo de 22 anos de idade ainda nem deixou os cueiros, é reconfortante ver como esta nova geração vinda da Inglaterra (Maverick Sabre tem só 23 anos,  Adele completou 26 há duas semanas) está moldando o cenário musical atual com uma explosão de talento.



In the Lonely Hour inclui também a colaboração de Sam Smith com o Naughty Boy em La La La, que gerou este vídeo fantástico todo filmado na Bolívia.



terça-feira, 20 de maio de 2014

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Do Lado de Fora


Em primeiro lugar, vamos às dúvidas mais existenciais sobre o filme. Sim, o André Bankoff aparece pelado de costas e tem uma das bundas mais bonitas da galáxia. E sim, tem muito beijão na boca, inclusive entre o André Bankoff e o Marcello Airoldi.

A história: quatro homens gays de realidades bem diferentes prometem se assumir para suas famílias até a Parada Gay do próximo ano. A história é bonitinha e tem momentos engraçadinhos e é feita sob medida para agradar aos gays, mas no geral Do Lado de Fora é fraco e esquecível, embora tenha-se que reconhecer que é cheio de boas intenções.

O mais interessante são as situações com as quais qualquer um de nós vai sentir infinita familiaridade: o gay que se passa por hétero na empresa e precisa "produzir" uma esposa de mentira para os encontros sociais, o gay casado com filhos que engana a esposa e vive uma vida dupla, o gay com pais religiosos radicais, o garoto gay tímido virgem. Valeu a intenção!

domingo, 18 de maio de 2014

Vos declaro

Você já viu Vos Declaro? Realizado pelos alunos de jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da USP e lançado no ano passado, Vos Declaro faz uma boa cobertura dos casamentos homoafetivos no Brasil. Invista 25 minutinhos desse domingo modorrento para ver até o fim - vale a pena.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Primeiro beijo

Lembram do vídeo do First Kiss? Depois das 487 versões que se seguiram, o pessoal aqui de São José dos Campos resolveu criar uma versão também. A gravação foi no Parque Santos Dumont há dois domingos e ficou fofa. Gostei da graça da garota que teve o acesso de riso nervoso incontrolável. 

Superman x Batman

Breve, num cinema perto de você:

quarta-feira, 14 de maio de 2014

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Há algum tempo que a televisão tem errado mais do que acertado. Tentando brecar a fuga de espectadores para a Internet a televisão tem caído no erro mais crasso que poderia cometer que é exatamente a tentativa, sempre frustrada diga-se de passagem, de imitar a Internet. A inclusão de alguma pseudo interatividade em programas televisivos sempre resulta tosca. Nas novelas, o máximo de tecnologia moderna que tinham conseguido mostrar até o momento era gente falando pelo tablet por meio de programas como o Skype (até mesmo do interior de cavernas na Turquia) como se isso fosse o supra-sumo do atual estado da técnica.

Mas eis que estreia Geração Brasil e acerta direto bem no meio do alvo. Quem não está assistindo está começando a perder uma das melhores e mais inovadoras novelas dos últimos tempos. A primeira semana, com cenas que alternaram a ação entre Rio de Janeiro, California, e Recife teve visual caprichadíssimo, apresentou personagens super interessantes, e mostrou que os autores entendem do riscado de novela e de tecnologia. Num único capítulo havia drones e impressoras 3-D fazendo parte da ação com propriedade. É a televisão dando o melhor de si sem a esquizofrenia de tentar ser o que não é. Tudo é moderno, as cenas são curtas e rápidas, e os personagens são críveis e espertos como a maioria dos jovens de hoje em dia. Inclui sacadas muito legais como Luís Miranda fazendo papel de um transgênero que se casou com uma jogadora de basquete e, depois do nascimento do filho, mudou de sexo juntamente com a esposa (a esposa virou homem e ele mulher), Cláudia Abreu interpretando uma atriz americana de terceiro escalão, e ainda tem Renata Sorrah fazendo divinamente uma suburbana barraqueira. E tem humor na dose certa. Enfim um programa que me tem feito sair da Internet por alguns minutos por dia. 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Depois daquele beijo...


Parece que os Estados Unidos acordaram em polvorosa só porque um beijo gay foi transmitido ao vivo pela ESPN durante a cobertura da convocação dos jogadores da NFL, a liga do futebol profissional de primeiro escalão. Michael Sam, que se assumiu publicamente há cerca de três meses estava aguardando a convocação e uma equipe da ESPN acompanhava tudo ao vivo na casa do jogador que, se convocado, seria o primeiro jogador abertamente gay na liga. A ligação veio e foi seguida de uma explosão de emoções, muito choro, e o inevitável beijo no namorado.

Claro, muita gente supostamente "do bem" estava tuitando logo em seguida coisas do tipo "não tenho preconceito mas não vejo necessidade de beijar na frente das câmeras com tanta criança vendo televisão neste horário".  Pois é, santa, sai da frente porque assim caminha a humanidade...

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Chão de fábrica


Felizmente são cada vez mais frequentes as notícias de empresas que combatem o preconceito em todos os seus níveis, mas quem conhece uma linha de produção de fábrica no Brasil sabe o quão homofóbicos e machistas estes ambientes podem ser. Por isso é inspirador ver a atitude do Maximiliano Neves Galvão, daqui da minha região do Vale do Paraíba, que impetrou um processo contra a multinacional Ericsson por ter sido vítima de homofobia no período em que trabalhou na empresa. A justiça acaba dar ganho de causa a ele e definir indenização de 90 mil reais que deverá ser paga imediatamente.

Maximiliano, que é casado há dois anos com o Augusto Galvão, já é um exemplo a ser seguido na luta contra a homofobia e reafirma o papel importante que a família representa em momentos como este: "Eles me apoiaram sempre. Tenho inclusive um irmão gêmeo, já casado e com filhos. Nunca sofri na minha casa o que sofri neste trabalho".

terça-feira, 6 de maio de 2014

Natalie Merchant


Era final dos anos 1980 ou início dos anos 1990 e eu estava voltando de uma temporada de trabalho na Arábia Saudita. As viagens para lá eram frequentes e na volta era comum passar 2 ou 3 dias em uma capital europeia tomando um banho de civilização e fazendo uma espécie de "descompressão" antes de voltar para casa. Cheguei em Londres por volta das 8 da manhã, deixei as malas na recepção do hotel, e saí para a rua disposto a não perder um segundo. Lá pelas 10 da manhã eu já estava dentro da Virgin Records da Rua Oxford onde pretendia passar algumas horas explorando (e agora, enquanto escrevo, bateu uma puta saudade daquelas lojas de discos físicas enormes onde era possível passar quase um dia inteiro e ao final sair carregando tudo o que o orçamento permitia e mais um pouco).

Pois bem, mal entrei na Virgin Records e fiquei hipnotizado pela voz linda da música que tocava. Tipo assim, meu número! A música era Poison In The Well do disco Blind Man's Zoo de quando ela ainda se apresentava com a banda que tinha o curioso nome de 10,000 Maniacs, mas foi assim que eu travei conhecimento com a Natalie Merchant. De lá pra cá fui atrás de todos os discos, até das gravações raras, numa espécie de culto por esta voz que me toca profundamente.

Não é de se admirar, portanto, que eu aguardava ansioso o lançamento de Natalie Merchant, que saiu oficialmente hoje - o primeiro álbum de inéditas depois de treze anos. E é óbvio que estou ouvindo sem parar e adorando tudo. Eu sou suspeito para falar de Natalie Merchant, mas uma das vantagens do nosso mundo tecnológico é que ninguém precisa mais depender da opinião de nenhum crítico para decidir comprar um CD. É só pesquisar um pouco, ouvir, e decidir por si mesmo.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Sua fala é gay?

Muita gente já deve ter levado um susto ao ouvir a própria voz em uma gravação ou um vídeo. Nossa, eu tenho voz de bicha velha! ou Minha voz é veada demais!. Se você já passou por isso, não se preocupe, você não está sozinho.

Não há dúvidas de que existe uma peculiaridade na fala de muitos gays. O ponto é se isso deveria ser motivo de preocupação. Afinal, como diz Don Savage, "a fala deve representar o quê você é, e se você é gay não há nenhum problema em falar como gay". Mas em ambientes hostis onde a exposição pode implicar riscos graves, a preocupação com o modo de falar é muito maior. Essa é a premissa do documentário Do I Sound Gay? que está em fase de idealização e coleta de fundos para produção.

 

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Caminho das Índias


Com tanta coisa acontecendo na Índia - estupros frequentes, criminalização da homossexualidade - veio bem a calhar este vídeo contagiante das Nações Unidos em prol do casamento igualitário. Dá vontade de sair rodopiando em dancinhas de fazer inveja à Gloria Perez.

Hoje eu quero voltar sozinho


Acho que já se pode afirmar sem errar muito que Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é um pequeno fenômeno. Na minha região o filme está em cartaz em horários limitados de sessões cult e os ingressos, que se esgotam rapidamente, estão praticamente sendo disputados a tapa.

Em todos os pequenos detalhes é possível perceber o esmero da produção que, apesar de todo o cuidado, não resultou pretensiosa. O filme encanta pelo aspecto de simples bem acabado. O trio de adolescentes que é a mola central do filme é muito talentoso. Os diálogos naturais e as atuações convincentes fizeram com que muita gente fosse googlar o Guilherme Lobo logo após assistir ao filme para saber se ele é realmente cego.

O diretor teve uma preocupação grande, cujo resultado foi muito bem recompensado na tela, de não sexualizar os adolescentes (quem não se lembra daquelas insuportáveis comédias adolescentes americanas da linha de Porky's?) Com isso a história adquire uma aura quase lírica e os pequenos dramas são tratados com uma inocência cativante. Ao final do filme a gente se descobre apaixonado pelos personagens.

domingo, 27 de abril de 2014

Hooked

Ainda não tive uma oportunidade para assistir a Tatuagem, mas já há algum tempo que ando completamente apaixonado pela música tema do filme. O clipe de Volta, essa delícia de música do pernambucano Johnny Hooker, é de arrancar suspiros.


Johnny Hooker é talentosíssimo e já era tempo de ele estar famoso e mais conhecido no Brasil e afora. Isso deve acontecer em breve com a escalação do músico/ator para a próxima novela das sete, Geração Brasil, que estreia em duas semanas. Escrita pelos mesmos autores de Cheias de Charme, a novela promete e os primeiros trailers e teasers já deixam a gente cheio de vontade.

Em Geração Brasil Johnny Hooker, com a cabeça cheia de dreadlocks, vai contracenar com a também pernambucana Chandelly Braz e a dupla tem tudo para arrasar.












Este menino tem talento de sobra para ir muito longe. É só ouvir Alma Sebosa e tentar não se viciar e você vai entender do quê estou falando.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Tá no ar, gente!



A Globo finalmente acerta em cheio na área do humor com Tá No Ar. Há muito tempo que eu não achava graça em nada da TV aberta e Tá No Ar quebrou o jejum com momentos simplesmente geniais. O programa define um novo paradigma na emissora ao fazer graça de tudo e de todos, inclusive da concorrência, de comerciais e de produtos. Há quadros, inclusive, que falam abertamente mal da própria Globo em tom de galhofa e que criticam o próprio programa - uma ótima sacada.

Pena que seja tão tarde da noite nas quintas-feiras. É engraçado dar gargalhadas altas depois da meia-noite quando o prédio todo está em absoluto silêncio. Quem perdeu algum dos três programas já exibidos pode vê-los no site da Globo, na íntegra sem necessidade de registro. O primeiro programa está aqui, o segundo aqui, e o terceiro (exibido ontem na TV) está aqui.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Jesus Cristo Superstar


Jesus Cristo Superstar foi o primeiro grande musical de fama internacional que assisti. Era o final dos anos 1970, eu tinha 19 anos, e estava em Londres absorvendo como uma esponja toda a efervescência da capital mundial do desbunde. A montagem era grandiosa e o visual hippie abusava do colorido, do degradê, e das batas indianas. Eu já tinha visto a versão do cinema, filmada em locações em Israel, e praticamente já conhecia todas as músicas de cor.

Na minha coleção hoje eu tenho duas versões lançadas em DVD: a do filme de 1973 dirigido por Norman Jewison, e a da produção filmada nos estúdios da Pinewood em 2001 com clima de teatro filmado e com guarda-roupa já modernizado para o novo milênio e livre do ranço hiporongo.

No último domingo assisti à produção brasileira no teatro do Complexo Ohtake Cultural. A expectativa era altíssima e eu não me decepcionei. O visual geral é quase clean e a iluminação cria efeitos surpreendentes que às vezes dão ao palco um aspecto de fotografia tridimensional. A montagem é extremamente profissional em todos os aspectos, e todos os atores têm desempenhos muito competentes. Há momentos excepcionais. Fred Silveira, que eu não conhecia e que interpreta Pôncio Pilatos, deixa uma marca impactante e tem a oportunidade de brilhar e arrancar muitos aplausos no solo O Sonho de Pilatos. Igor Rickli tem olhos azuis de uma beleza perturbadora, que ajudam a compor um Jesus Cristo lindo de semblante carismático.

Acostumado com a versão original das músicas, temi sentir estranheza com as versões em português. Não aconteceu. A produção abandonou a versão traduzida por Vinícius de Moraes em 1972 (que pode ser ouvida aqui) e que usava vocabulário típico da época (como "céu na cuca" para Heaven on Their Minds) em favor de versões mais livres que privilegiam a musicalidade. Os "versionistas" Bianca Tadini e Luciano Andrey passaram oito meses vertendo as músicas e experimentando juntamente com o diretor Jorge Takla para obter resultados vocais que valorizassem principalmente as vogais nos momentos de vocalizações mais intensas (gritos, clamores e falsetes) como nas composições originais. Ficou perfeito. É só conferir abaixo a interpretação de Negra Li (Maria Madalena) para Não Sei Como Amá-lo (I Don't Know How To Love Him).

Jesus Cristo Superstar fica em cartaz em São Paulo até começo de junho, e o teatro do Complexo Cultural Ohtake é lindíssimo e quase vale a visita por si só.