quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Não dê comida aos ursos


Se você é do tipo que adora um ursinho fofinho peludinho, então você deve gostar desta série que está sendo produzida especialmente para a Internet. Tem suspense, investigação, mas principalmente muito, muito humor.

Já saíram os oito primeiros episódios. Dá para assistir ao primeiro aí em baixo e aos outros por aqui (mas se não quiser dar para assistir não precisa, rs rs). Prepare a pipoca e divirta-se com esta série de peso!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Olha o passarinho!

Para abafar um pouco toda a fumaça produzida pelas últimas estrepolias do príncipe Harry, a família real britânica resolveu antecipar o lançamento da tradicional foto oficial de final de ano. Não ficou uma graça?


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Estamos todos nus

Quem se lembra daquele episódio da antiga série Murphy Brown em que a Candice Bergen mostrava o peito para um amigo para ele se sentir menos constrangido depois de ela ter visto o pinto dele acidentalmente? Ou será que foi ao contrário?

Bem, de qualquer forma, é mais ou menos isto que milhares de fãs do Príncipe Harry estão fazendo com a criação de um grupo no facebook Support Prince Harry with a naked salute! para que todos possam postar uma foto pelado fazendo uma saudação militar e assim diminuir o constrangimento de sua alteza real.

Eu não tenho palavras para descrever como estas campanhas de solidariedade humana me emocionam. 

domingo, 26 de agosto de 2012

O novo normal


A emissora de tv KSL, afiliada da NBC em Salt Lake City, já avisou que não vai exibir a nova séria americana The New Normal sobre um casal gay que contrata uma barriga de aluguel. Se eles estão chocados com a possibilidade deste novo arranjo familiar, deveriam vir passar uma temporada no Brasil para aprender um pouco. Segundo o último censo do IBGE, o formato familiar clássico "papai + mamãe + filhos" pela primeira vez passou à condição de minoria no Brasil, com 49,9%. Agora a maioria dos arranjos familiares no Brasil corresponde a outras configurações, principalmente mães solteiras criando filhos sem pai, uma quantidade enorme de pessoas vivendo absolutamente sozinhas, grupos de agregados familiares sob o mesmo teto, famílias de pais gays, e as famosas "famílias mosaico" (tipo "os seus, os meus e os nossos").

A união estável de três pessoas registrada em Tupã há uma semana, que aparentemente não tem nenhum valor jurídico, é só mais uma mostra da diversidade familiar de nossa sociedade que permite uma infinidade de diferentes arranjos práticos.

O mais engraçado é que a leitura da reportagem sobre estes novos arranjos familiares provoca uma certa estranheza, até olharmos em volta e nos darmos conta de que nossas famílias e amigos já vêm vivendo assim nas últimas décadas sem nenhum estranhamento. Meu irmão mais velho, por exemplo, mora no Japão há quase quinze anos com a esposa com a qual nunca se casou, enquanto a primeira esposa vive no Brasil com o atual namorado. Meu irmão mais novo vive com a esposa e o filho e também nunca se casaram legalmente, e completam o mosaico com uma filha do primeiro casamento da minha cunhada. Eu vivo com o meu namorido mas ainda mantemos dois apartamentos (o que é uma bênção durante a semana quando cada um está praticamente imerso nos próprios trabalhos e projetos).

É por estas e outras que eu tenho vontade de rir quando ouço estes fundamentalistas religiosos acusando os gays de redefinirem o casamento. O formato de família que eles defendem já é minoria há algum tempo e ninguém nem tinha notado.

sábado, 25 de agosto de 2012

O exótico hotel Marigold


Eu pagaria para ver este elenco recitando "batatinha quando nasce...". O time de primeira grandeza de atores veteranos do teatro inglês (que nós conhecemos através do cinema) de O Exótico Hotel Marigold (The Best Exotic Marigold Hotel, 2011) é a grande atração deste filme repleto de momentos deliciosos. 

Cada um dos personagens é uma pessoa marginalizada pela família e pela sociedade que parte para a India para se hospedar em um hotel de alto luxo para a terceira idade, e chegando lá percebe-se vítima de propaganda enganosa em um hotel velho caindo aos pedaços. E aí está a grande sacada: o hotel é exatamente como eles. Já teve seus dias de glória e agora aos olhos dos outros é apenas uma estrutura velha que não serve para mais nada. Mas eles sabem que a estrutura velha - tanto a do hotel quanto a deles próprios - é muito mais do que os olhos podem ver.

As descobertas que cada um vai fazer no novo continente tecem uma história gostosa e inspiradora. Tem até um personagem que se revela gay à busca de um amor interrompido no passado, numa trama que chega a ser tocante.

O Exótico Hotel Marigold deve ser saboreado com reverência, como a um vinho fino.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Gina, a imortal

Com o sucesso da Gina Indelicada surgiu o interesse por saber mais sobre aquele rosto que há quase quarenta anos olha para todo mundo com aquela cara plastificada da embalagem de palito roliço de madeira Gina. É a modelo Zofia Burk, que hoje tem 62 anos e mora em São Paulo, e na época emprestava o rosto para reclames de produtos que podiam ser comprados nas boas casas do ramo.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

As semi-bichas da Zona Sul

Em um momento inspirado na novela das 9 ontem, duas personagens conversavam sobre como os homens da Zona Sul do Rio estavam se transformando cada vez mais em "semi-bichas" com seus corpinhos sarados e sem "pegada" com as mulheres. A fala veio em momento de humor sem preconceito, sendo inclusive interrompida pela chegada de um arquiteto 3G (gato, gostoso, guloso) com jeitão de macho viril hétero com pegada, justamente para provar que toda generalização é burra.

Mas é claro que a constatação da personagem traz uma observação muito realista. Cada vez mais os héteros se apoderam de elementos que antes eram restritos à "cultura gay" e contribuem para que gaydares deem alarmes falsos. Enquanto nos anos 70 o Village People (composto por gays) se fantasiava de homens viris, nos dias de hoje Luan Santana e Justin Bieber (supostamente héteros) não se incomodam com o visual meio andrógino.

Eu acho isto ótimo. Quanto menos visíveis forem as diferenças, melhor. Chegamos ao tempo em que os homens héteros já podem usar camisas cor-de-rosa sem nenhum sobressalto. E, para provar que o fenômeno não se restringe à Zona Sul do Rio, a foto que ilustra esta postagem foi feita esta semana na festa do peão boiadeiro de Barretos. Supostamente, são machinhos héteros na avenida à caça de garotas para azaração. Mas poderiam muito bem ter acabado de sair da The Week depois de uma noite inteira se esfregando uns nos outros. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Novela Brasil

Como é que eu não tinha visto isto antes?



Uma igreja em cada quarteirão

Existe uma linha de pensamento, baseada em sei lá o quê, que acredita que a evolução dos costumes alterna períodos de evolução com períodos de treva. Por mais absurda que esta teoria possa parecer, os acontecimentos da atualidade parecem dar sinais que existe, sim, um período de trevas pairando sobre nosso horizonte.

Vivemos hoje uma extensão de liberdade individual jamais alcançada por nossa sociedade antes. Há bastante visibilidade e debate sobre os direitos igualitários, e negros e mulheres ocupam uma posição de igualdade nunca antes obtida. Na contracorrente, o avanço das religiões fundamentalistas atinge níveis preocupantes. Jamais poderia eu imaginar ouvir de um candidato que lidera as pesquisas para a eleição à prefeitura de São Paulo a confissão de que ele gostaria que a cidade tivesse uma igreja em cada quarteirão.

Celso Russomanno (que fica, a cada dia, mais parecido com o Eduardo Paes) ainda teve a coragem de afirmar hoje na sabatina UOL/Folha que "As pessoas não matam ou roubam porque a lei proíbe, mas porque têm uma linha religiosa". Não existe erro mais básico do que confundir princípios éticos e morais com religião. Alguém precisa dizer a ele que as pessoas não matam ou roubam porque a lei proíbe, mas porque têm princípios morais.

O debate do século

Há cerca de 4 meses, Dan Savage desafiou publicamente o presidente da National Organization for Marriage - atualmente a mais ferrenha opositora dos direitos igualitários nos Estados Unidos - a sentar para um jantar e uma conversa, com a certeza que ele certamente se convenceria que os gays são pessoas absolutamente comuns e não aberrações que devem ser combatidas. O desafio foi aceito e o encontro informal aconteceu nesta semana na casa de Dan Savage com a mediação de Mark Oppenheimer do New York Times.

O papo é muito interessante, mas eu não gosto do fato de a base da discussão ser tão fixada em princípios religiosos. Para mim, direitos igualitários são direitos humanos, e os princípios se aplicam a ateus, cristãos, judeus, muçulmanos, corintianos, palmeirenses, ou adeptos de qualquer outra agremiação religiosa ou secular. Eu ainda me surpreendo como nos dias de hoje pessoas modernas e esclarecidas ainda acham que a Bíblia é a razão do universo.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Liga pra mim

Steve Kardynal é um destes caras que nasceu para fazer os outros rirem. Vive de graça. Desta vez ele fez uma interpretação de Call Me Maybe super hiper mega inspirada para presentear os usuários do Chatroulette que o acessassem. A grande sacada dele foi filmar as reações inesperadas do pessoal do outro lado da linha e montar este vídeo que já tem mais de 20 milhões de acessos em apenas uma semana!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Alex Cornish


Ele é escocês e já está na estrada desde 2008 com três álbuns de composições próprias. Mas o reconhecimento maior veio em 2010 quando Alex Cornish se apresentou no programa BBC Radio 2 do Dermot O'Leary. O programa costuma reunir estrelas jovens e novos talentos cantando novas versões de músicas consagradas. A versão de Brothers In Arms (original do Dire Straits) na voz de Alex Cornish ficou tão inspirada que foi uma das escolhidas para o álbum Saturday Sessions com sucessos do programa.

A voz de tom sensível, quase frágil, de Alex Cornish tem sido minha companheira constante. Hoje acordei ouvindo Breathe Slow, do álbum No Shore lançado há um ano, que está na trilha de The Big C, perfeita para a minha segunda-feira de manhã.


Alex Cornish - Breathe Slow:

sábado, 18 de agosto de 2012

Um divã para dois

Um Divã Para Dois (Hope Springs, 2012) é uma enganação. Primeiro, porque é vendido no trailer como comédia, mas não tem nenhuma graça. Pelo contrário, é um tanto pesado e até meio maçante. Segundo, porque é vendido como outro filme vitrine para o talento de Meryl Streep, mas na verdade é um filme de Tommy Lee Jones. Meryl Streep está competentíssima como sempre, mas a personagem é infantilizada demais e oferece pouca oportunidade de vôo para a atriz.

Até mesmo a escalação de Steve Carell não me pareceu muito acertada pois ignora seu potencial cômico, que é o que ele tem de melhor. A atuação contida ao extremo para passar a imagem de um terapeuta sério soa falsa, e até o personagem de Tommy Lee Jones faz piada com isto em uma certa passagem da história. Depois de andar em círculos, o filme termina abruptamente e eu fiquei sem entender a causa do casal ter repentinamente anulado suas diferenças. Uma pena. O trailer me fez esperar muito mais.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

"Eu não dou conta de ser perseguida"

O Brasil está reatando um caso de amor antigo com as telenovelas. Em outubro de 1972, por exemplo, Selva de Pedra, registrava 100% de audiência no capítulo em que Simone (Regina Duarte) era desmascarada. Nos dias atuais - com a Internet, vídeos de aluguel, canais a cabo, e as famílias saindo mais de casa - um capítulo bom dificilmente bate nos 42% .

Mas a repercussão que Avenida Brasil tem tido nas redes sociais e no dia a dia (foi mencionada até na defesa de réus no julgamento do mensalão) mostra a retomada deste antigo caso de amor. A atual novela das 9 reúne uma conjunção feliz de competências até mesmo nos menores detalhes e nos menores papéis.

Tome o exemplo da Cacau Protásio. Depois de passar quase despercebida em Ti-Ti-Ti, ganhou o papel da Zezé, empregada da mansão da família do Tufão. A personagem, que começou com pequenas intervenções, ganhou vida própria e tem sido responsável por ótimos momentos com seu jeito de fofoqueira medrosa puxa-saco da patroa. João Emanuel Carneiro coloca na boca da Zezé frases impagáveis como a que ela soltou ontem e que serve de título para esta postagem. Ela passou a ser mais uma das boas razões para não se perder nenhum capítulo de Avenida Brasil.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O inenarrável

Por incrível que pareça, a narração de um evento esportivo pode arruinar a transmissão para quem está vendo pela TV. Ou, pelo contrário, transformar um evento morno em algo agitado.  Pois uma empresa da Austrália teve a ótima ideia de usar narrações esportivas para anunciar filmes, aproveitando o espírito dos jogos olímpicos. E quem assistiu a alguma partida de luta greco-romana nos jogos olímpicos certamente vai concordar que não poderia ter esporte mais propício para anunciar O Segredo de Brokeback Mountain.

Lua Nova:

O Segredo de Brokeback Mountain:

Dirty Dancing - Ritmo Quente:

Missão Impossível 3:

O que a Victoria viu

Se você está pensando em aumentar a lista de amigos no facebook então eu sugiro acrescentar o David Beckham. Em vez de fotos de bichinhos e solicitações para joguinhos, os amigos dele recebem fotos desinibidas de corpo inteiro. Isto sim é amigo de verdade!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Só sei que é assim

Eu não sei se o Gabriel Chalita é gay e nem tenho curiosidade em saber porque para mim não interessa. Mas ele certamente sabe que quando um candidato se joga em uma eleição tão importante quanto a prefeitura da maior cidade do Brasil a vida pessoal vai ser assunto. É cruel? É. Tem importância com quem fulano ou sicrano está dormindo? Não. Mas, infelizmente, é assim.

Nos Estados Unidos uma infidelidade amorosa tem mais peso negativo no curriculum de um candidato do que o despreparo para governar. No Brasil, nem tanto, contanto que o candidato tenha dormido com o sexo oposto.

Na sabatina Folha/UOL de ontem o Chalita demonstrou preparo e segurança. Até o assunto enveredar por sua vida pessoal. Barbara Gancia foi direto ao ponto: "o senhor acha válido o eleitor questionar a sexualidade do candidato?". Neste ponto o desconforto de Chalita ficou claramente visível.

É realmente cruel. Porque mesmo que ele não seja gay, certamente vai passar a campanha inteira se explicando (lembram do "é casado? tem filhos?" que a campanha da Marta Suplicy tentou fazer colar no Kassab?). E se ele realmente for gay, só teria sossego se se assumisse publicamente - o que provavelmente significaria o fim de suas pretensões políticas. Ou não.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O time gay


Se todos os atletas assumidamente gays que participaram dos jogos olímpicos de Londres estivessem representando um único país teriam terminado em 31º lugar, empatados com o México, a Etiópia e a Geórgia em número de medalhas. E teriam recebido mais medalhas do que a Argentina, a India, a Jamaica, ou a Irlanda. Mais de um terço de todos os atletas assumidamente gays ganharam medalhas. Contando-se apenas os ouros, o time gay ganhou o mesmo número de medalhas que o Irã. (Na foto o atleta australiano de saltos ornamentais Matthew Mitcham, 24 anos, gay, bem resolvido, gato, e solteiro).

domingo, 12 de agosto de 2012

Os pais do dia


Neste dia que foi criado para celebrar os pais, eu tiro o chapéu para o Roger e o Steven Ham, um casal que mora no Arizona e que tem uma família de doze filhos adotados. O primeiro filho veio em 2003 e daí para a frente a família nunca mais parou de crescer.

Os doze filhos adotados não são as únicas crianças de quem Roger e Steven já cuidaram. Nos últimos anos, 42 crianças já foram acolhidas na casa dos Ham como abrigo temporário enquanto aguardavam adoção ou decisões judiciais da vara da família. Esta família com 2 pais, 12 filhos, 4 cachorros, 2 gatos, 2 geladeiras, 23 bicicletas e triciclos, certamente não conhece o significado da palavra "monotonia".  O coração destes dois paizões não tem limite.





sexta-feira, 10 de agosto de 2012

What a beautiful day

Dizem que tem gente que para entender só desenhando. Então tá, a gente desenha...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Isto é um drops no seu bolso?
Ou você está contente de me ver?


A história que está em todos os jornais do mundo hoje e que deve ser o assunto da próxima cúpula mundial entre os países desenvolvidos é a seguinte: o remador americano Henrik Rummel (segundo da esquerda) tinha ou não uma ereção quando subiu ao pódio para receber a medalha de bronze no remo? Especialistas do mundo todo estão analisando a situação (aqui, aqui, e aqui).

O apresentador Jon Stewart tem algumas hipóteses para o caso, especialmente após conversar com seu consultor especial para assuntos de ereções involuntárias. Para mim o caso é muito simples: eles colocam quatro caras sarados usando shorts justos e curtos todos juntos roçando os corpos durante uma prova em um barco, e esperam o quê??



Em tempo: não sei se o Nelson Évora, de Portugal, está competindo nestes jogos olímpicos. Mas tenho certeza que quando ele entrar em campo toda esta celeuma vai ganhar uma nova dimensão, literalmente falando.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Toca pro inferno, motorista!

Gente, o que foi este capítulo de hoje de Avenida Brasil? Numa quarta-feira, dia em que o capítulo é mais curto por causa do jogo e que normalmente nada acontece, João Emanuel Carneiro preparou um capítulo de tirar o fôlego que lembrou muito a primeira semana da trama. Naquela ponto da história em que a maioria das novelas começa a esticar uma barriga, Avenida Brasil mostra que ainda tem muito fogo para queimar. Espetáculo de primeira na conjunção do texto afinadíssimo com a excelente direção e atores em atuações impecáveis. Adriana Esteves teve um capítulo quase inteirinho para ela, conduzindo sua Carminha por cenas que vão entrar para a história da teledramaturgia brasileira. 




terça-feira, 7 de agosto de 2012

Cortando o mundo

Uma das vozes mais bonitas e enigmáticas da atualidade está de volta em um novo lançamento. Eu já havia falado aqui sobre como a voz do Antony Hegarty me toca. Pois esta semana chegou ao mercado Cut The World, do Antony and the Johnsons, uma coleção de músicas do grupo apresentadas agora com arranjos sinfônicos e incluindo a inédita Cut The World, que abre o disco. A voz de Antony não poderia encontrar melhor parceria nesta obra: a Orquestra de Câmara Nacional da Dinamarca.

O disco é realmente de transcender. E o vídeo de Cut The World, lançado ontem, é de pirar o cabeção. Não se deixe levar pelo início sutil - a cena se transforma em um filme de terror sem nenhum aviso. Para cortar o mundo. E a alma.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos

Confirmando a fama de emissora de TV mais simpatizante do Brasil, a Globo mostrou um casal gay de forma bastante positiva no programa da Xuxa do último sábado. O programa exibiu um quadro especial sobre adoção em comemoração ao terceiro aniversário da nova lei da adoção, e para ilustrar a reportagem mostraram a história do Cláudio e do Almir, que adotaram o pequeno Rafael. O programa teve depoimentos de advogados e terapeutas, e abordou a questão de forma adulta e responsável. 

O assunto começa no minuto 04:30, logo após da apresentação do Nando Reis, e vale a pena dar uma olhada. Durante a apresentação do casal gay, alguém da plateia sussurra "qual deles é o pai?" e a Xuxa aproveita ao final para dar uma resposta educada e convincente à pergunta. 



No novo tempo, apesar dos castigos
De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver

Morando com o inimigo

O Fantástico acaba de apresentar uma reportagem de denúncia contra a homofobia. Alguns dos depoimentos são realmente chocantes. Para mim, que tenho uma família amorosa, é difícil conceber que tanta violência possa partir dos próprios familiares.

domingo, 5 de agosto de 2012

Caminho suave

Você já escolheu seus candidatos para a próxima eleição? Pois eu recomendo que leia e divulgue a Cartilha LGBT para as Eleições 2012/2014, que reúne uma série de diretivas em prol do voto inclusivo, não pensando apenas nos direitos civis da comunidade LGBT mas também nos direitos das mulheres, dos negros, e dos idosos, levando também em conta a necessidade de reforçar a laicidade do Estado.

A cartilha vai muito além da cantilena de 'gay vota em gay' (alertando, inclusive, que "candidatos gays que não tocam no assunto "demandas LGBT" durante a campanha não merecem nosso voto"), e apresenta uma análise criteriosa partido a partido identificando os partidos homofóbicos. O documento está tendo bastante repercussão nos sites evangélicos que acusam a cartilha de promover o voto contra os "valores morais da família".

Aumentar a representação da comunidade LGBT no Congresso é extremamente importante, principalmente neste momento em que o país tem uma bancada religiosa fundamentalista cada vez mais numerosa e atuante que tem aviltado seguidamente os princípios do estado laico. Basta acompanhar a luta árdua que se tem travado para aprovar a criminalização da homofobia para se ter uma ideia da muralha quase impenetrável que a bancada religiosa construiu no Congresso. De nada adianta uma manifestação de rua com milhões de participantes se não houver políticos dispostos a transformar em lei as demandas destes indivíduos.

(Yuri, te deixo um grande beijo pela dica. Bom domingo!) 

sábado, 4 de agosto de 2012

Um novo tempo, apesar dos perigos

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) é um órgão criado em 1954 para atuar na defesa dos interesses do setor de transportes. Desde 1998 a CNT publica a Pesquisa CNT/Sensus, um retrato do que pensa a população brasileira sobre vários assuntos. O resultado destas pesquisas é divulgado publicamente e pode ser acessado aqui.

No ano passado a pesquisa incluiu uma sondagem do sentimento da população brasileira sobre as uniões civis do mesmo sexo e descobriu que 38,6% eram a favor e que 40,0% aprovavam a adoção de crianças por um casal do mesmo sexo. A surpresa veio com o resultado deste ano, que foi publicado ontem. A percentagem dos brasileiros que são a favor das uniões civis de casais do mesmo sexo pulou para 50,0% e a aceitação da adoção por casais homossexuais saltou para 54,3%. O relatório síntese da pesquisa pode ser lido na íntegra aqui.


A aceitação crescente não é novidade. Mas o ritmo do crescimento surpreende, principalmente em um país onde a população é pouco politizada em relação a direitos civis. A questão acaba de ultrapassar a massa crítica que determina o equilíbrio entre os dois lados e passa a mostrar uma aprovação pela maioria. E os números tendem a crescer cada vez mais rapidamente com as novas gerações, que são tipicamente mais impermeáveis a preconceitos antigos.

Embora de forma fragmentada e sem a organização que se vê em países como os Estados Unidos, há no Brasil um movimento geral em prol de mostrar a homossexualidade de forma  mais positiva e um consenso geral que a homofobia e o preconceito são ruins. A imprensa, a televisão em geral e as novelas em particular, têm dado contribuições expressivas ao retratar casais homossexuais de forma positiva. Confirmando a lei da ação e reação, as religiões têm apertado o cerco para reforçar a demonização dos homossexuais e impedir os avanços da sociedade civil neste aspecto. Mas, basta olhar para a História de um ponto de vista de longo prazo para se ter a certeza de quem vai sair vitorioso neste embate.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Shame


Ontem finalmente consegui assistir a Shame - o filme sobre um homem viciado em sexo que ficou mais famoso pelos comentários sobre a nudez do Michael Fassbender do que pelo roteiro em si. Eu já sabia que o filme era hermético e meio metido a "filme cabeça", então tentei conter a expectativa e ir sem muita sede ao pote. E gostei muito. Muito mesmo.

Pra começar, não acho que Brandon, o personagem principal, seja viciado em sexo. Eu o vi apenas como um homem de sexualidade exacerbada que adora sexo, como grande parte dos homens normais entre 20 e 30 anos de idade. A atividade sexual frequente não lhe atrapalha a vida e não é a causa de ele não conseguir estabelecer relacionamentos interpessoais de longo prazo. Ele provavelmente não conseguiria construir relacionamentos duradouros mesmo se não gostasse de sexo - para mim são duas coisas diferentes e não necessariamente associadas.

O que faz o Brandon um cara muito interessante é que ele é muito reservado e tímido. Daquele tipo que, no escritório, todo mundo acha que é um bobão. No entanto, ele transa muito mais do que o chefe falastrão metido a gostoso pegador que só espanta as mulheres com seu papo chato de galanteador barato. Um jeito ótimo de mostrar que quem vê cara não vê pinto. Tem muita gente assim por aí, contando loas de conquistador mas que não está pegando nem resfriado, enquanto muito come-quieto faz a festa com a cara de tímido bobinho. Adoro!

Achei fantasticamente bem roteirizadas as cenas em que o Brandon tenta engatar um relacionamento com a colega do escritório. É aí que a gente percebe como as relações interpessoais com base em sentimentos mais nobres podem ser muitíssimo complicadas. Namoro, família, casamento - isto pode realmente ser muito complicado para algumas pessoas, quase inatingível.

Por fim, não tenho dúvidas que relacionamentos puramente sexuais podem ser suficientes para satisfazer uma vida por algum tempo. O problema é que o Brandon, como qualquer um de nós, um dia vai ficar velho e menos atraente, e seu interesse por sexo provavelmente vai diminuir. É aí que os relacionamentos duradouros podem fazer falta. Porque depois dos 60 anos de idade a grande maioria das pessoas muito provavelmente está querendo chegar em casa e encontrar alguém legal para ficar junto e não está mais muito interessada em uma boa transa diferente a cada noite.

Mas o filme não é sobre um velhote de 60 anos querendo alguém para dormir de conchinha. Enquanto se é jovem, bonito, gostoso e cheio de tesão, nada errado em passar o rodo. Ou a rede.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Boca no trombone


Antigamente para ser ouvido a gente tinha que botar a boca no trombone e fazer muito barulho. Agora já é possível quase começar uma terceira guerra mundial apenas digitando algumas palavras pelo teclado do celular. A repercussão de algumas mensagens em redes sociais tem sido tão grande e tão rápida que ainda vai levar algum tempo para o mundo se acostumar. Um jogador suíço já foi expulso dos jogos olímpicos por uma tuitada mal dada. O mesmo já tinha acontecido com uma atleta grega.

Mas o engraçado mesmo é ver celebridades lendo as tuitadas de anônimos tirando sarro delas como nesta apresentação do Jimmy Kimmel na televisão americana. Não tem preço ver a cara do Justin Bieber lendo "Caro Deus, por favor devolva o Tupac (Shakur, morto em 1996) que nós te devolvemos o Justin Bieber", ou o Matt LeBlanc lendo um comentário sobre seu grisalho precoce.

Os bananas da república


Hoje começa o julgamento do mensalão no prédio do Supremo que vai estar desde cedo fortemente protegido contra eventuais manifestações. E o Brasil vai ter a chance de provar se realmente cresceu, se honra as calças que veste, se criou instituições realmente sólidas, ou se continua sendo uma república das bananas. O processo é extremamente complexo e as decisões vão estar envolvidas em tecnicalidades jurídicas nem sempre fáceis de entender para um leigo. Mas o resultado geral vai ser inequívoco e vai representar um recado para todo o país e para o mundo. Eu confio que o recado vai ser positivo e que finalmente os bananas da república vão perceber que novos ventos começam a soprar por aqui.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O fim do mundo

Eu tenho uma preguiça mental enorme desta gente de esquerda que considera os Estados Unidos a raiz de todos os males. E que acha sempre um jeito de injetar palavras como "proletariado" e "burguesia" em cada frase. E que acha que Cuba é um modelo a ser seguido.

Pois Evo Morales consegue personificar tudo isto e ainda mais. Não só expulsou a Coca-Cola do país como anunciou com grande satisfação a falência do MacDonalds. Ah, e aproveitou para avisar que tudo está em sintonia com o fim do calendário maia. E ainda tem gente que duvidava que 2012 seria o fim do mundo!

Depois ninguém entende porque a Suelen não quer mais voltar pra lá e até se dispôs a casar com um rapaz chamado Roniquito que ainda por cima é gay.