quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Os homens que não amavam as mulheres


Esta versão americana de Os Homens Que Não Amavam As Mulheres (The Girl With The Dragon Tatoo, 2012) consegue ser tão boa quanto a versão sueca. Impossível ficar comparando porque a tendência é, obviamente, gostar mais da primeira versão que se vê - da segunda vez muito do impacto é perdido pela antecipação. Lembro-me bem do quanto me impactou o desempenho de Noomi Rapace (que também pode ser vista no papel da cigana Sinza Heron na nova versão de Sherlock Holmes que está em cartaz). Rooney Mara, que faz a Lisbeth na versão americana, é igualmente boa, mas eu já sabia o que esperar e não fiquei tão impressionado quanto da primeira vez. Noomi Rapace me convenceu mais como a fodona fragilizada por abusos do passado.

Os títulos, tanto em português quanto em inglês, ficam devendo. O autor Stieg Larsson, que era traumatizado por ter presenciado um estupro na adolescência, escreveu um livro que é uma denúncia bastante clara da misoginia nas famílias e na sociedade. O título original sueco Homens Que Odeiam Mulheres encaixa feito uma luva neste libelo contra a misoginia. Em inglês optaram por um nome mais comercial e desapareceram com a denúncia do título. Em português erraram menos, mas "não amar" não é sinônimo de "odiar", e o significado pretendido acabou se perdendo - muita gente acha que o filme é sobre um grupo de homossexuais. 

Não é fácil para um filme de 2 horas e 40 minutos de duração ser tão empolgante do começo ao fim, mas esta tarefa é conseguida com facilidade. Principalmente porque o filme começa como duas histórias aparentemente sem conexão que acabam se fundindo lá pelo meio quando os dois personagens principais já provaram a que vieram. E mostra uma das mais horripilantes famílias ricas de toda a história. Perto dos Vanger qualquer outra família é uma bênção.

Os Homens Que Não Amavam As Mulheres é diversão de primeira qualidade.  Agora estou ainda mais ansioso para ver os outros dois filmes que fecham a trilogia. Vou procurar as versões suecas, que já estão disponíveis desde 2010 e que têm a melhor versão da heroína na minha opinião. Mesmo porque a versão americana do segundo livro não deve ser lançada antes de 2013.

4 comentários:

Red disse...

Luciano, unrelated, mas em um forum que eu participo indicaram esse texto horripilante e estarrecedor.

http://www.rollingstone.com/politics/news/one-towns-war-on-gay-teens-20120202

Me deu arrepios. Mas de qualquer modo recomendo a leitura. Sinto mto ódio da humanidade neste exato momento.

Lobo disse...

Eu fui assistir sem ver o sueco nem ler o livro, e achei o máximo! Mesmo!

Mas creio que realmente perca muito do impacto se você já conhece a história.

Jussanã Gomes disse...

Luciano, aqui tem a trilogia completa (sueca) para download

http://filmeshunter.com/drama/trilogia-millennium/

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Sou apaixonada por essa saga, li os livros, vi os filmes ... E a versão americana deixou um pouco a desejar sim,não pelos atores, mas por ter "desviado" um pouco da história. E acredito que se forem fazer a continuação da saga, vão ter que [correr] muito para encaixar o que ficou faltando no primeiro. Por exemplo, falaram pouquíssimo do pai da Lisbeth, da mãe ... Da história da Lisbeth. Mas enfim, o filme não é tão péssimo quando dizem. Deixou a desejar quanto a história dos livros, nada mais.

railer disse...

luciano, eu já tinha lido os três livros quando vi a versão sueca do primeiro e depois a americana. ou seja, não tive impacto em nenhum dos dois pois já conheço a história.

confesso que gostei muito mais da americana. o clima é mais tenso, como o livro e a trilha sonora melhor. além disso, a nova lisbeth me passou mais sofrimento que a sueca.

agora vou ver os dois outros suecos também e esperar pelas novas versões de david fincher.