sábado, 2 de outubro de 2010

Alma de menino

Jimmy Scott tem 85 anos de idade. Nasceu pobre, perdeu a mãe cedo, foi criado por pais adotivos. Nos anos 50 ficou famoso no cenário do jazz americano cantando com a Lionel Hampton Band. Nos anos 60 o sucesso minguou e Jimmy Scott desapareceu.

Mais de vinte anos depois, no começo dos anos 90, Jimmy Scott foi redescoberto trabalhando de ascensorista em um prédio de Cleveland, sua cidade natal. E virou cult. Voltou a gravar e ser chamado para apresentações ao vivo. Sua voz passou a ser disputada por grandes diretores de cinema e tem sido presença constante em trilhas sonoras. Jimmy Scott é sempre citado como exemplo de perseverança.

O que faz Jimmy Scott tão especial? Quando ainda era criança, ele foi acometido de uma doença rara - a Síndrome de Kallman. Este distúrbio hormonal grave paralisou seu desenvolvimento, impedindo inclusive que ele atingisse a maturidade sexual. Ele parou de crescer e sua voz não passou pelas transformações típicas da puberdade. Jimmy Scott continuou com voz de menino. E é esta voz rara produzido pelas cordas vocais envelhecidas pelo tempo que tem fascinado uma legião de fãs cada vez maior. Quem não conhece Jimmy Scott pensa estar ouvindo uma voz feminina ou infantil. Mas é mesmo só a voz de menino saindo do fundo da alma de quem já viveu muito.


Jimmy Scott - Holding Back The Years:



Jimmy Scott - Jealous Guy:

5 comentários:

wair de paula disse...

Rapaz, que delicia Holding Back por JS! E confesso, desconhecia esta historia dele. TKS! Abs

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Não conhecia e q coisa maravilhosa ... correndo atrás de mais e mais dele ... putz q voz! q sensibilidade ...

bjux

;-)

Anônimo disse...

Ele é ótimo. Já conhecia.
Ótimo post para uma tarde de chuva.
Guilherme

Papai Urso do Interior disse...

Adorei a historia de vida, já tinha ouvido falar dele superficialmente numa reportagem de telejornal, mas vc aprofundou. O timbre não me agradou tanto quanto a biografia, mas o fato do cara ter sido 'redescoberto' numa época de tanto lixo pop já vale para ouvi-lo outras vezes até acostumar o ouvido... Ponto prá vc mais uma vez. Pérolas são pérolas e merecem reverência ainda que não tenham a tonalidade que apreciamos.

Roberto Camargo disse...

Sou uma pessoa muito mais feliz desde que descobri Jimmy, em maio desse ano, em Paris (Não importa o cenário, não é? Rs...).
Sua versão de Nothing Compares 2 U, de Prince, é uma das coisas mais belas que já escutei.